segunda-feira, 11 de maio de 2009

PÃO E RAPADURA

José Carvalho integrou esse grupo da Padaria Espiritual do Ceará, irreverente, nacionalista e de esquerda.
Foto do acervo do Instituto Histórico do Ceará


O Ceará e o Acre vivem imbricados como escamas de peixe. Talvez possamos até dizer que o nordeste a Amazônia são imbricados. Em julho de 2007, passei minhas férias em Natal, no Rio Grande do Norte, e tive a oportunidade de visitar o vale do Ceará-Mirim com seus famosos engenhos de cana-de-açúcar do passado. Vi paisagens e ouvi histórias que lembram nossos antigos seringais.

Pensei logo: por que não trabalhamos, politicamente, essa enorme identidade entre Norte e Nordeste? Algum reboliço social, político, econômico e cultural faríamos Brasil afora. Pelo sim, pelo não, passei a vasculhar lixos na internet, quem sabe encontraria alguma coisa rara! Pois encontrei e repasso este relato autobiográfico de Patativa do Assaré, considerado “cearense do século” nos anos noventa do século passado:

“Quando eu estava nos 20 anos de idade, o nosso parente José Alexandre Montoril, que mora no estado do Pará, veio visitar o Assaré, que é seu torrão natal, e ouvindo falar de meus versos, veio à nossa casa e pediu à minha mãe para que ela deixasse eu ir com ele ao Pará, prometendo custear todas as despesas. Minha mãe, embora muito chorosa, confiou-me ao seu primo, o qual fez o que prometeu, tratando-me como se trata um próprio filho.

Chegando ao Pará, aquele parente apresentou-me a José Carvalho, filho de Crato, que era tabelião do 1o. Cartório de Belém. Naquele tempo, José Carvalho estava trabalhando na publicação de seu livro “O matuto Cearense e o Caboclo do Pará”, o qual tem um capítulo referente a minha pessoa e o motivo da viagem ao Pará. Passei naquele estado apenas cinco meses, durante os quais não fiz outra coisa, senão cantar ao som da viola com os cantadores que lá encontrei.

De volta do Ceará, José Carvalho deu-me uma carta de recomendação, para ser entregue à Dra. Henriqueta Galeno, que recebendo a carta, acolheu-me com muita atenção em seu Salão, onde cantei os motes que me deram. Quando cheguei na Serra de Santana, continuei na mesma vida de pobre agricultor; depois casei-me com uma parenta e sou hoje pai de uma numerosa família, para quem trabalho na pequena parte de terra que herdei de meu pai. Não tenho tendência política, sou apenas revoltado contra as injustiças que venho notando desde que tomei algum conhecimento das coisas, provenientes talvez da polí­tica falsa, que continua fora do programa da verdadeira democracia.

Nasci a 5 de março de 1909. Perdi a vista direita, no período da dentição, em conseqüência da moléstia vulgarmente conhecida por dor-d’olhos.

Desde que comecei a trabalhar na agricultura, até hoje, nunca passei um ano sem botar a minha roçazinha, só não plantei roça, no ano em que fui ao Pará.

“Antônio Gonçalves da Silva, Patativa do Assaré”.

Padaria Espiritual

Pôxa! Fiquei perplexo com a revelação! Então o nosso José Carvalho, comandante da primeira insurreição acreana, além de primo da escritora Raquel de Queiroz também influiu na carreira literária do Patativa de Assaré? E lá fui eu, quase convulsivo, navegando na blogosfera até esbarrar na Padaria Espiritual do Ceará.

Aí é preciso paciência e tempo, porque tudo quanto é blog e site do nordeste fala desse movimento literário revolucionário, do qual José Carvalho (ele de novo) foi um dos sócios fundadores. E vale a pena se inteirar do assunto:

Fundada em 30 de maio de 1892, a Padaria recebeu esse nome porque seus membros tinham a pretensão de fornecer aos sócios e a sociedade em geral, o pão cultural, como uma forma de reeducação e apelo à sociedade alienada da época. Entre os principais sócios fundadores estavam Antonio Sales, Rodolfo Teófilo, Juvenal Galeno, Adolfo Caminha, Lopes Filho, Eduardo Sabóia, Lívio Barreto, Antônio Castro, José Carvalho, Álvaro Martins e Henrique Jorge.

A Padaria Espiritual diferenciava-se das associações criadas pelas elites cearenes da época porque juntava intelectuais, boêmios e cidadãos comuns e assumia um caráter marcado pelo humor, ironia e irreverência. Seus membros autodenominaram-se padeiros e o produto do seu trabalho era um periódico que circulava aos domingos e chamava-se O Pão.

Através da Padaria Espiritual a gente pode acrescentar informações ao perfil de José Carvalho, que já sabíamos ser jornalista, escritor e advogado. Agora sabemos com precisão que nasceu em Crato, no Ceará, no ano de 1872 e faleceu no Rio de Janeiro em 1933. Quando a Padaria encerrou sua primeira fase de vida, em 1894, ele estava vindo para a Amazônia. Ao comandar a insurreição em Puerto Alonso, em 1º. de maio de 1898, expulsando o cônsul boliviano Moyses Snativãnez da região, tinha 26 anos de idade.

Conforme o poeta, músico e trovador Patativa do Assaré relata em seu livro “Digo e não peço segredo”, editado em 2001 em São Paulo, foi José Carvalho quem lhe deu o apelido. De fato, Patativa está num capitulo do livro “O Matuto Cearense e o Caboclo do Pará” de autoria de revolucionário cearense-acreano.

CORREIO

Patativa do Assaré

Foto de Robson Melo

Segundo filho de uma família pobre que vivia da agricultura de subsistência, cedo ficou cego de um olho por causa de uma doença. Com a morte de seu pai, quando tinha oito anos de idade, passa a ajudar sua família no cultivo das terras. Aos doze anos, freqüenta a escola local, em que é alfabetizado, por apenas alguns meses. À partir dessa época, começa a fazer repentes e a se apresentar em festas e ocasiões importantes. Por volta dos vinte anos recebe o pseudônimo de Patativa, por ser sua poesia comparável à beleza do canto dessa ave.

Patativa do Assaré obteve popularidade a nível nacional, possuindo diversas premiações, títulos e homenagens (tendo sido nomeado por cinco vezes Doutor Honoris Causa). No entanto, afirmava nunca ter buscado a fama, bem como nunca ter tido a intenção de fazer profissão de seus versos. Ele nunca deixou de ser agricultor e de morar na mesma região onde se criou (Cariri) no interior do Ceará. Seu trabalho se distingue pela marcante característica da oralidade. Seus poemas eram feitos e guardados na memória, para depois serem recitados. Daí o impressionante poder de memória de Patativa, capaz de recitar qualquer um de seus poemas, mesmo após os noventa anos de idade. (Google)

Infância

No verdõ de minha idade
Mode acalentá meu choro
Minha vovó de bondade
Falava em grandes tesôro”.

Arte matuta
Eu aprendi com a natureza que é caprichosa. É como eu digo nos meus versinhos:

Eu nasci ouvindo os cantos
das aves de minha serra
e vendo os belos encantos
que a mata bonita encerra
foi ali que eu fui crescendo
fui vendo e fui aprendendo
no livro da natureza
onde Deus é mais visível
o coração mais sensível
e a vida tem mais pureza.
Sem poder fazer escolhas
de livro artificial
estudei nas lindas folhas
do meu livro natural
e, assim, longe da cidade
lendo nessa faculdade
que tem todos os sinais
com esses estudos meus
aprendi amar a Deus
na vida dos animais.
Quando canta o sabiá
Sem nunca ter tido estudo
eu vejo que Deus está
por dentro daquilo tudo
aquele pássaro amado
no seu gorgeio sagrado
nunca uma nota falhou
na sua canção amena
só canta o que Deus ordena
só diz o que Deus mandou.

Despedida

Conheço que estou no fim
e sei que a terra me come
mas fica vivo o meu nome
para os que gostam de mim

Patativa morreu em 8 de julho de 2002 na cidade de Assaré, onde nasceu.

(Poesias e foto reproduzidas do livro “Digo e não peço segredo” organizado e prefaciado por Tadeu Feitosa. Editora Escrituras, SãoPaulo 2001)

PÃO E RAPADURA


O Ceará e o Acre vivem imbricados como escamas de peixe. Talvez possamos até dizer que o nordeste a Amazônia são imbricados. Em julho de 2007, passei minhas férias em Natal, no Rio Grande do Norte, e tive a oportunidade de visitar o vale do Ceará-Mirim com seus famosos engenhos de cana-de-açúcar do passado. Vi paisagens e ouvi histórias que lembram nossos antigos seringais.

Pensei logo: por que não trabalhamos, politicamente, essa enorme identidade entre Norte e Nordeste? Algum reboliço social, político, econômico e cultural faríamos Brasil afora. Pelo sim, pelo não, passei a vasculhar lixos na internet, quem sabe encontraria alguma coisa rara! Pois encontrei e repasso este relato autobiográfico de Patativa do Assaré, considerado “cearense do século” nos anos noventa do século passado:

“Quando eu estava nos 20 anos de idade, o nosso parente José Alexandre Montoril, que mora no estado do Pará, veio visitar o Assaré, que é seu torrão natal, e ouvindo falar de meus versos, veio à nossa casa e pediu à minha mãe para que ela deixasse eu ir com ele ao Pará, prometendo custear todas as despesas. Minha mãe, embora muito chorosa, confiou-me ao seu primo, o qual fez o que prometeu, tratando-me como se trata um próprio filho.

Chegando ao Pará, aquele parente apresentou-me a José Carvalho, filho de Crato, que era tabelião do 1o. Cartório de Belém. Naquele tempo, José Carvalho estava trabalhando na publicação de seu livro “O matuto Cearense e o Caboclo do Pará”, o qual tem um capítulo referente a minha pessoa e o motivo da viagem ao Pará. Passei naquele estado apenas cinco meses, durante os quais não fiz outra coisa, senão cantar ao som da viola com os cantadores que lá encontrei.

De volta do Ceará, José Carvalho deu-me uma carta de recomendação, para ser entregue à Dra. Henriqueta Galeno, que recebendo a carta, acolheu-me com muita atenção em seu Salão, onde cantei os motes que me deram. Quando cheguei na Serra de Santana, continuei na mesma vida de pobre agricultor; depois casei-me com uma parenta e sou hoje pai de uma numerosa família, para quem trabalho na pequena parte de terra que herdei de meu pai. Não tenho tendência política, sou apenas revoltado contra as injustiças que venho notando desde que tomei algum conhecimento das coisas, provenientes talvez da polí­tica falsa, que continua fora do programa da verdadeira democracia.

Nasci a 5 de março de 1909. Perdi a vista direita, no período da dentição, em conseqüência da moléstia vulgarmente conhecida por dor-d’olhos.

Desde que comecei a trabalhar na agricultura, até hoje, nunca passei um ano sem botar a minha roçazinha, só não plantei roça, no ano em que fui ao Pará.

“Antônio Gonçalves da Silva, Patativa do Assaré”.

Padaria Espiritual

Pôxa! Fiquei perplexo com a revelação! Então o nosso José Carvalho, comandante da primeira insurreição acreana, além de primo da escritora Raquel de Queiroz também influiu na carreira literária do Patativa de Assaré? E lá fui eu, quase convulsivo, navegando na blogosfera até esbarrar na Padaria Espiritual do Ceará.

Aí é preciso paciência e tempo, porque tudo quanto é blog e site do nordeste fala desse movimento literário revolucionário, do qual José Carvalho (ele de novo) foi um dos sócios fundadores. E vale a pena se inteirar do assunto:

Fundada em 30 de maio de 1892, a Padaria recebeu esse nome porque seus membros tinham a pretensão de fornecer aos sócios e a sociedade em geral, o pão cultural, como uma forma de reeducação e apelo à sociedade alienada da época. Entre os principais sócios fundadores estavam Antonio Sales, Rodolfo Teófilo, Juvenal Galeno, Adolfo Caminha, Lopes Filho, Eduardo Sabóia, Lívio Barreto, Antônio Castro, José Carvalho, Álvaro Martins e Henrique Jorge.

A Padaria Espiritual diferenciava-se das associações criadas pelas elites cearenes da época porque juntava intelectuais, boêmios e cidadãos comuns e assumia um caráter marcado pelo humor, ironia e irreverência. Seus membros autodenominaram-se padeiros e o produto do seu trabalho era um periódico que circulava aos domingos e chamava-se O Pão.

Através da Padaria Espiritual a gente pode acrescentar informações ao perfil de José Carvalho, que já sabíamos ser jornalista, escritor e advogado. Agora sabemos com precisão que nasceu em Crato, no Ceará, no ano de 1872 e faleceu no Rio de Janeiro em 1933. Quando a Padaria encerrou sua primeira fase de vida, em 1894, ele estava vindo para a Amazônia. Ao comandar a insurreição em Puerto Alonso, em 1º. de maio de 1898, expulsando o cônsul boliviano Moyses Snativãnez da região, tinha 26 anos de idade.

Conforme o poeta, músico e trovador Patativa do Assaré relata em seu livro “Digo e não peço segredo”, editado em 2001 em São Paulo, foi José Carvalho quem lhe deu o apelido. De fato, Patativa está num capitulo do livro “O Matuto Cearense e o Caboclo do Pará” de autoria de revolucionário cearense-acreano.

CORREIO

Patativa do Assaré

Segundo filho de uma família pobre que vivia da agricultura de subsistência, cedo ficou cego de um olho por causa de uma doença. Com a morte de seu pai, quando tinha oito anos de idade, passa a ajudar sua família no cultivo das terras. Aos doze anos, freqüenta a escola local, em que é alfabetizado, por apenas alguns meses. À partir dessa época, começa a fazer repentes e a se apresentar em festas e ocasiões importantes. Por volta dos vinte anos recebe o pseudônimo de Patativa, por ser sua poesia comparável à beleza do canto dessa ave.

Patativa do Assaré obteve popularidade a nível nacional, possuindo diversas premiações, títulos e homenagens (tendo sido nomeado por cinco vezes Doutor Honoris Causa). No entanto, afirmava nunca ter buscado a fama, bem como nunca ter tido a intenção de fazer profissão de seus versos. Ele nunca deixou de ser agricultor e de morar na mesma região onde se criou (Cariri) no interior do Ceará. Seu trabalho se distingue pela marcante característica da oralidade. Seus poemas eram feitos e guardados na memória, para depois serem recitados. Daí o impressionante poder de memória de Patativa, capaz de recitar qualquer um de seus poemas, mesmo após os noventa anos de idade. (Google)

Infância

No verdõ de minha idade
Mode acalentá meu choro
Minha vovó de bondade
Falava em grandes tesôro”.

Arte matuta
Eu aprendi com a natureza que é caprichosa. É como eu digo nos meus versinhos:

Eu nasci ouvindo os cantos
das aves de minha serra
e vendo os belos encantos
que a mata bonita encerra
foi ali que eu fui crescendo
fui vendo e fui aprendendo
no livro da natureza
onde Deus é mais visível
o coração mais sensível
e a vida tem mais pureza.
Sem poder fazer escolhas
de livro artificial
estudei nas lindas folhas
do meu livro natural
e, assim, longe da cidade
lendo nessa faculdade
que tem todos os sinais
com esses estudos meus
aprendi amar a Deus
na vida dos animais.
Quando canta o sabiá
Sem nunca ter tido estudo
eu vejo que Deus está
por dentro daquilo tudo
aquele pássaro amado
no seu gorgeio sagrado
nunca uma nota falhou
na sua canção amena
só canta o que Deus ordena
só diz o que Deus mandou.

Despedida

Conheço que estou no fim
e sei que a terra me come
mas fica vivo o meu nome
para os que gostam de mim

Patativa morreu em 8 de julho de 2002 na cidade de Assaré, onde nasceu.

(Poesias e foto reproduzidas do livro “Digo e não peço segredo” organizado e prefaciado por Tadeu Feitosa. Editora Escrituras, SãoPaulo 2001)

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Chico Mendes para crianças

Ziraldo, o cartunista mineiro radicado no Rio de Janeiro virá a Rio Branco e Xapuri lançar seu novo personagem, o Chiquinho, criado para difundir nas escolas do país a luta que o seringueiro Chico Mendes empreendeu em defesa da floresta amazônica. O autor de “O menino Maluquinho” e do Saci Pererê em quadrinhos supervisionou e assinou a produção de “A História de Chiquinho”, um livro infantil de 30 páginas ilustrado por dois de seus principais desenhistas, Ferreth e Wanderlei, que já circula no Rio com tiragem em primeira edição de 10 mil exemplares.

Idealizado por Elenira, filha de Chico Mendes que tinha apenas 4 anos de idade quando o pai foi assassinado em Xapuri em 22 de dezembro de 1988, o livrinho lança ainda no mercado editorial do país, pela porta da frente, mais duas acreanas de talento: a poetisa Walquíria Raizer, que produziu o texto, e a jornalista Charlene Carvalho que pesquisou a história.Chiquinho foi desenhado com traços que lembram o personagem Chico Mendes real: é meio gordinho, tem olhos grandes, os cabelos lisos e negros pendendo sobre a testa; e a forma como se veste é displicente, como convém a todo menino e a todo homem da floresta. Na capa do livro ele aparece de cabrita (faca de seringa) na mão e poronga (lamparina) na cabeça, colhendo o látex de madrugada.

Na página 32, abaixo do título “Conversa com o leitor”, Ziraldo explica seu novo lançamento:“Chico Mendes é um dos heróis do nosso tempo. A notícia de sua atuação na Amazônia, infelizmente, só chegou até nós, depois de sua morte, quando a nação inteira tomou conhecimento da luta árdua daqueles que têm hoje a alcunha gloriosa de “povos da floresta”. Agrada-me poder participar da tentativa de querer tornar mais presente a sua história e a história de seus companheiros na luta pelo respeito aos direitos das populações que vivem à sombra das gigantescas árvores da Floresta Amazônica. Assim, quando Elenira Mendes pediu minha ajuda para criar, com seus amigos e os meus, esse livrinho, aceitei a honrosa missão com alegria. Convoquei, para isto, meus companheiros de profissão, de sonhos e ideais, os jovens Miguel Mendes, Vanderlei Soares, Fábio Ferreira e Ferreth, com quem tenho trabalhado ao longo de muitos anos. Aí está o resultado do nosso trabalho, concluído a partir do texto que me trouxe a talentosa acreana Walqíria Raizer. Gostei de ter supervisionado a rapaziada e fiquei muito feliz ao ver o livrinho pronto. Espero que ele ajude os amigos de Chico Mendes e seus herdeiros de luta no grande esforço de tornar nosso país mais justo. Que as crianças brasileiras amem conhecer essa bela história contada, especialmente, para elas”.

Elenira Mendes, que aos 24 anos de idade é presidente do Instituto Chico Mendes e secretária de Meio Ambiente do município de Xapuri, também deixa seu recado, logo na apresentação:“Meninos e meninas de todos os lugares do nosso mundo: o menino Chico - o jovem Chico e o homem Chico - era meu pai e sonho muito que todas as crianças possam conhecer a história dele, de um jeitinho bem natural. As aventuras, cores, desenhos, magias e amigos são os encantos dessa história de luta e de sonhos. Desejo uma ótima leitura a todos com a intenção de que o menino Chiquinho e sua turma conquistem cada vez mais amigos, na defesa da floresta e de todos os seus seres, na intenção de construirmos um mundo melhor”.